quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Santo André Apóstolo e a Santa Cruz

Palavras Santo André Apóstolo no julgamento do seu martírio: “O sacrifício que eu dia por dia offereço, não é incenso, não são holocaustos de bois e carneiros, mas é o Cordeiro immaculado, offerecido a Deus vivo e verdadeiro. Os fieis bebem o sangue e comem a carne deste Cordeiro, que não morre e a todos dá vida.

Da “Vida dos Santos” de Rohrbacher:

Santo André - primeiro Apóstolo a reconhecer Cristo, ao qual levou seu irmão Pedro, futuro primeiro Chefe da Igreja - teve sempre um grande amor à Cruz; na hora de sua morte, ao ver o madeiro no qual iriam pregá-lo, saudou-o com alegria.

Ele, diante de sua cruz, exclama:“Ó Cruz belíssima, que foste glorificada pelo contacto que tiveste com o Corpo de Cristo! Grande cruz, docemente desejada, ardentemente amada, sempre procurada, e, afinal, preparada para meu coração apressado, desejoso de ti”.

Antes de expirar disse estas palavras: 
Senhor, Rei Eterno da Glória, recebei-me assim pendido, como estou, ao madeiro, à cruz tão doce. Vós sois meu Deus. Vós a quem vi, não permitais me desliguem na cruz; fazei isto por mim, Senhor, que conheci a virtude da vossa Santa Cruz”.


Oração a Santo André

Santo André, Apóstolo de Jesus Cristo,
que conheceste a exigência
e a alegria de seu primeiro apelo,
dá-nos a graça de responder-lhe
com a mesma fidelidade,
de O servir cada dia
no lugar que Ele para nós escolheu.

Tu que distribuíste à multidão faminta
o pão que o Senhor multiplicava em tuas mãos,
obtém para nossa pobreza o mesmo milagre.
Faz que esperemos o socorro de Deus
com a invencível esperança do amor,
preocupados unicamente
com o advento de seu Reino.

Testemunha da boa-nova
que tua voz levou até as extremidades da terra,
conserva nos apóstolos de nosso tempo
esta fé viva que transporta montanhas
e constrói o Reino.

Mártir de teu testemunho,
concede-nos a graça de união à Cruz de Jesus Cristo;
que ela seja a alegria de nossa vida
e o penhor de nossa ressurreição na claridade de Deus.
Amém!

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Cristo é a luz no oriente litúrgico

Outrora as igrejas orientavam-se para o leste. Entrava-se no edifício sagrado por uma porta aberta para o ocidente e, caminhando pela nave, dirigia-se rumo ao oriente. Era um símbolo importante para o homem antigo, uma alegoria que ao longo da história decaiu progressivamente.

Nós, homens da época moderna, muito menos habituados a captar os grandes sinais do cosmos, quase nunca nos damos conta de um pormenor deste tipo. O ocidente é o ponto cardeal do pôr do sol, onde a luz desfalece. O oriente, ao contrário, é o lugar onde as trevas são vencidas pela primeira luz da aurora, evocando-nos Cristo, Sol que surgiu do alto no horizonte do mundo (cf. Lc 1, 78).

Os antigos ritos do Batismo previam que os catecúmenos emitissem a primeira parte da sua profissão de fé, com o olhar voltado para o ocidente. E naquela postura, eram interrogados: “Renunciais a Satanás, ao seu serviço e às suas obras?” — E os futuros cristãos repetiam em coro: “Renuncio!”. Depois, iam rumo à abside, na direção do oriente, onde nasce a luz, e os candidatos ao Batismo eram novamente interrogados: “Acreditais em Deus Pai, Filho e Espírito Santo?”. E desta vez, respondiam: “Creio!”.
Nos tempos modernos perdeu-se parcialmente o fascínio deste rito: perdemos a sensibilidade à linguagem do cosmos. Naturalmente, permaneceu-nos a profissão de fé, feita segundo a interrogação batismal, que é própria da celebração de alguns sacramentos. Contudo, ela conserva-se intacta no seu significado. O que quer dizer ser cristão? Significa olhar para a luz, continuar a fazer a profissão de fé na luz, enquanto o mundo estiver envolvido pela noite e pelas trevas.

Os cristãos não estão isentos das trevas, externas e inclusive internas. Não vivem fora do mundo, mas pela graça de Cristo, recebida no Batismo, são homens e mulheres “orientados”: não acreditam na escuridão, mas na luminosidade do dia; não sucumbem à noite, mas esperam na aurora; não são derrotados pela morte, mas anseiam por ressuscitar; não são vencidos pelo mal, porque confiam sempre nas possibilidades infinitas do bem.
E esta é a nossa esperança cristã. A luz de Jesus, a salvação que nos traz Jesus com a sua luz que nos salva das trevas.

Papa Francisco, Audiência Geral 2 de Agosto de 2017

Audiência em: http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2017/documents/papa-francesco_20170802_udienza-generale.html

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

O Concílio Vaticano II e a Santa Missa

O Concílio Vaticano II e a Santa Missa

Tal como acontecia antes do Concílio agora na Santa Missa continua a realizar-se no Altar o Sacrifício da Cruz de Nosso Senhor oferecido a Deus por nós.

O Concílio Vaticano II indica aos fiéis que na Santa Missa devem-se oferecer em união a este Sacrifício:

"Sempre que no altar se celebra o sacrifício da cruz, na qual «Cristo, nossa Páscoa, foi imolado» (1 Cor. 5,7), realiza-se também a obra da nossa redenção. Pelo sacramento do pão eucarístico, ao mesmo tempo é representada e se realiza a unidade dos fiéis, que constituem um só corpo em Cristo (cfr. 1 Cor. 10,17). Todos os homens são chamados a esta união com Cristo, luz do mundo, do qual vimos, por quem vivemos, e para o qual caminhamos." (Lumen Gentium 3)

"Os fiéis pela participação no sacrifício eucarístico de Cristo, fonte e centro de toda a vida cristã, oferecem a Deus a vítima divina e a si mesmos juntamente com ela" (Lumen Gentium 11)

"Para realizar tão grande obra, Cristo está sempre presente na sua igreja, especialmente nas acções litúrgicas. Está presente no sacrifício da Missa, quer na pessoa do ministro - «O que se oferece agora pelo ministério sacerdotal é o mesmo que se ofereceu na Cruz» - quer e sobretudo sob as espécies eucarísticas."(Sacrosanctum Concilium 7)

"O nosso Salvador instituiu na última Ceia, na noite em que foi entregue, o Sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até Ele voltar, o Sacrifício da cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é concedido o penhor da glória futura"(Sacrosanctum Concilium 47)

"É por isso que a Igreja procura, solícita e cuidadosa, que os cristãos não entrem neste mistério de fé como estranhos ou espectadores mudos, mas participem na acção sagrada, consciente, activa e piedosamente, ... aprendam a oferecer-se a si mesmos, ao oferecer juntamente com o sacerdote, que não só pelas mãos dele, a hóstia imaculada"(Sacrosanctum Concilium 48)

"Para que o Sacrifício da missa alcance plena eficácia pastoral, mesmo quanto ao seu rito, o sagrado Concílio, tendo em atenção as missas que se celebram com assistência do povo, sobretudo aos domingos e nas festas de preceito, determina o seguinte: O Ordinário da missa deve ser revisto, de modo que se manifeste mais claramente a estrutura de cada uma das suas partes bem como a sua mútua conexão, para facilitar uma participação piedosa e activa dos fiéis." (Sacrosanctum Concilium 49,50) 

"Recomenda-se vivamente um modo mais perfeito de participação na missa, que consiste em que os fiéis, depois da comunhão do sacerdote, recebam do mesmo Sacrifício, o Corpo do Senhor."(Sacrosanctum Concilium 55)