quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Ano missionário - Todos, Tudo e Sempre em Missão

Este ano estamos a viver um ano missionário que de acordo com a Conferência Episcopal vem assinalar o centenário da Carta Apostólica Maximum Illud do Papa Bento XV.

Vale a pena ler a carta apostólica do Papa Bento XV para compreendermos qual a missão a que somos chamados, eis alguns pontos:

- a missão que Nosso Senhor Jesus Cristo confiou aos seus discípulos continua "até ao fim dos tempos, isto é, enquanto existirem na terra pessoas para salvar pelo ensino da verdade."

- A Igreja de Deus, fiel ao mandato divino, nunca deixou, através dos tempos, de enviar a todo o mundo arautos e ministros da palavra divina que anunciassem a salvação eterna alcançada por Cristo para o género humano.

- Depois da descoberta da América, uma multidão de apóstolos consagrou-se à protecção dos indígenas contra a tirania humana, com a finalidade de os libertar da dura escravidão do demónio.

- Alguns deles, desejando a salvação dos irmãos, a exemplo dos Apóstolos, alcançaram o máximo da perfeição.

- é motivo de grande preocupação constatar como, depois de tantos sofrimentos associados ao anúncio da fé, depois de tantos trabalhos e exemplos de fortaleza, sejam ainda tantos os que permanecem nas trevas e nas sombras da morte

- querendo por compaixão e dever apostólico fazê-los participantes da redenção divina...cada dia aumenta mais, em várias partes da cristandade, o zelo dos bons na promoção e desenvolvimento das Missões no meio dos povos

- quem se consagra ao apostolado das Missões, abandona pátria, família e parentes; aventura-se frequentemente numa viagem grande e perigosa, disposto a suportar qualquer sofrimento a fim de ganhar mais pessoas para Cristo.

- quem preside a uma Missão...deverá responder pela salvação de todos os habitantes daquela região. Por essa razão não se deve contentar em ter conquistado para a fé, entre aquela multidão, alguns milhares de pessoas: procure cultivar e manter aqueles que ofereceu a Jesus Cristo, de maneira que ninguém regresse ao caminho da perdição. Não julgue ter conseguido completar o seu dever, se antes não tiver colocado todas as suas forças na cristianização também dos restantes que não conhecem Cristo, que é a missão maior.

- o superior da Missão...deve ser solícito apenas pela glória de Deus e a salvação das almas

- o superior da Missão...chame cooperadores de qualquer lado que o ajudem no seu ministério, sem se importar com a Ordem ou a nacionalidade, “desde que, de qualquer modo (…), Cristo seja anunciado”

- obras de caridade são um meio muito eficaz nas mãos da Providência divina para a propagação da fé.

- é conveniente que existam sacerdotes capazes de apontar aos seus concidadãos, como mestres e guias, o caminho da salvação eterna

- vós, queridos filhos que cultivais a vinha do Senhor e de quem depende mais directamente a propagação da verdade cristã e a salvação de tantas pessoas.

- é necessário que tenhais uma grande estima pela vossa sublime vocação. Tende em conta que a tarefa que vos está confiada é absolutamente divina e está acima dos pequenos interesses humanos, porque levais a luz a quem jaz nas sombras da morte e abris as portas do céu a quem estava a caminhar para o abismo.

- recordai-vos que não deveis difundir o reino dos homens, mas o de Cristo; não vos compete aumentar o numero de cidadãos para a pátria terrena, mas para a pátria celeste

- o Missionário [não] deve procurar outros ganhos que não sejam ganhar almas.

- procurar única e convenientemente a glória de Deus – como deve – e, para a promover salvando o seu próximo

- É frequente o Missionário encontrar-se sem livros e sem a possibilidade de consultar qualquer pessoa mais experiente, quando precisa de responder a objecções contra a fé e resolver questões e problemas difíceis

- não seria conveniente que os pregadores da verdade fossem inferiores aos ministros do erro.

- a pregação do Evangelho é a única finalidade para a qual foi enviado por Deus.

- aqueles que se preparam para o apostolado, é indispensável acima de tudo – como dissemos – a santidade de vida. É necessário que seja um homem de Deus aquele que prega Deus; e odeie o pecado aquele tal ódio ensina.

- Reconhecido para com Deus que o chamou para uma missão tão sublime, está disposto a tudo, a tolerar generosamente as dificuldades, os insultos, a fome, as privações, até a morte mais cruel, para resgatar uma só alma.

- a propagação da sabedoria cristã é, toda ela, uma intervenção divina, porque só Deus sabe entrar no íntimo de cada um, iluminar as mentes com o esplendor da verdade, acender nos corações a chama da virtude e fornecer ao homem as energias necessárias para que possa abraçar e seguir aquilo que ele reconheceu como verdadeiro e bom.

- quem terá mais necessidade da nossa ajuda fraterna do que aquele que desconhece Deus, estando à mercê das mais desenfreadas paixões e sob a duríssima tirania do demónio?

- todos aqueles que contribuem – segundo as próprias forças – para os iluminar, sobretudo ajudando a obra dos Missionários, prestam a Deus o testemunho mais agradável da sua gratidão por lhes ter dado o dom da fé.

- quando os Superiores tiverem conhecimento que os seus Missionários conseguiram felizmente trazer alguma população das superstições para a sabedoria cristã e aí tiverem fundado uma Igreja suficientemente estável, permitam que tais veteranos de Cristo se transfiram para ir resgatar outro povo das mãos do diabo, deixando a outros – sem lamentações – a tarefa de fazer crescer e melhorar o que eles próprios entregaram a Cristo.

- Quanto mais se deve observar a lei da caridade neste caso, tratando-se não só de socorrer uma infinita quantidade de gente que enfrenta a miséria e a fome, mas também e principalmente de resgatar uma multidão imensa da escravidão de satanás para a liberdade dos filhos de Deus? 
 
- Estimulados pelo seu exemplo, robustecer-se-ão as fileiras de missionários que, sustentados pelas orações e a generosidade das pessoas boas, conquistarão muitos outros para Cristo.

A carta diz-nos, que sem o Evangelho somos escravos do pecado e do mal, Jesus sofreu, morreu e ressuscitou para que possamos receber as graças sobrenaturais para alcançarmos a liberdade de sermos filhos adoptivos de Deus, é necessário o baptismo e a conversão e na Fé e nas boas obras devemos perseverar para não recairmos na perdição e podermos assim alcançar a vida eterna no Céu. Neste anúncio como diz o início da Didaqué «Existem dois caminhos: o caminho da vida e o caminho da morte. Há uma grande diferença entre os dois.», é encontrar a Verdade e permanecer fiel ao que é verdadeiro e bom, torna-se fascinante pois não é sobre nós nem sobre a nossa felicidade no mundo, é sobre Deus e a Vida. É encontrar em Deus a plenitude do Bem mesmo que tenhamos (e diz-nos o Evangelho que temos) de levar a nossa vida com sacrifício. É sobre Deus e o que Deus fez por nós, interpela-nos para Lhe correspondermos com a nossa vida. A Igreja torna-se assim a mãe e mestra da Verdade de Deus, é a Casa de Deus lugar dos pecadores que os ajuda a alcançar a bem-aventurança eterna.